Segundo Michael Ryan, a estabilização das novas infecções em um platô, ainda que alta, é uma oportunidade para começar a reduzir os casos, mas país ainda está ‘no meio da batalha’.
Por G1
“O Brasil está no meio dessa batalha [contra o coronavírus]”, disse o diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, nesta sexta-feira (17).
Segundo o diretor de emergências da OMS, a estabilização dos novos casos de coronavírus no Brasil – chamada de platô – pode ser uma oportunidade para o país controlar a pandemia.
“Uma vez que os números estão estabilizados, esta é a oportunidade para o país reduzir os casos”, afirmou Ryan.
Contudo, o platô no país ainda reflete casos diários muito altos e, a estabilização das novas infecções por si só “não é uma garantia que os números irão diminuir”, alertou o diretor.
“Não vemos um aumento nos casos diários como vimos em abril e maio”, começou Ryan descrevendo a situação brasileira. Depois, “houve um grande aumento de casos entre junho e julho” até que o país alcançasse o platô atual. “O que não aconteceu ainda foi uma queda [nos novos casos no Brasil]”, alertou o diretor.
10% dos casos entre profissionais da saúde
A OMS informou nesta sexta-feira (17) que 10% de todas as infecções de coronavírus no mundo são em profissionais da saúde.
“Até agora, cerca de 10% de todos os casos da Covid-19 no mundo estão entre os profissionais da saúde”, informou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
O dado também vale para o Brasil especificamente, onde, segundo o diretor Ryan, “1 em cada 10 casos, ou seja 10%, ocorre em profissionais da saúde”.
Tedros afirmou que a OMS está conduzindo pesquisas para entender melhor a extensão da infecção entre os profissionais de saúde e os fatores de risco entre estes trabalhadores.
“A pandemia da Covid-19 nos mostrou que a saúde não é um item de luxo, ela é a base da estabilidade social, econômica e política”, ressaltou diretor-geral da OMS.
A entidade lembrou que os profissionais de saúde na linha de frente ao coronavírus sofrem com exaustão física e psicológica e estão trabalhando em ambientes extremamente estressantes.
Ainda nesta sexta, a entidade alertou que a pandemia do coronavírus poderá dobrar o número de pessoas que passam fome no mundo.
“Até 132 milhões de pessoas podem passar fome em 2020, além dos 690 milhões que passaram fome no ano passado”, estimou a agencia internacional de saúde.
Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo